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Mercury: a ferramenta revolucionária em diagnósticos de rede

Mercury: a ferramenta revolucionária em diagnósticos de rede

O mundo da automação está numa evolução constante. Longe vão os tempos em que existiam unidades centrais de processamento, e todo o processo era controlado diretamente por IO’s discretos imediatamente adjacentes a ele, ou nas suas proximidades. Através da adoção dos Protocolos de Comunicação em Ambiente Industrial como o Modbus RTU ou Profibus, passou a ser possível agregar diversos IO’s distribuídos. Diversas ferramentas, como o Profitrace ou o COMbricks, foram desenvolvidas para monitorizar este tipo de redes. Por parte dos nossos clientes, começava a existir um elevado nível de know how neste tipo de tecnologia.

Tudo parecia estabilizar, até o mundo da automação decidir dar de novo um passo em frente e tentar ultrapassar algumas limitações dos protocolos existentes. Nos dias de hoje, assistimos à introdução de protocolos de comunicação baseados no standard Ethernet a uma velocidade vertiginosa. Graças à sua facilidade de montagem, e ao reduzido preço dos componentes, protocolos como Modbus TCP, Profinet, Ethernet IP ou EtherCAT, têm sido os atuais standards de novos sistemas de controlo.

Com a adoção destes novos protocolos, há a necessidade de os fabricantes desenvolverem novas ferramentas de diagnóstico. Diversos fabricantes desenvolveram ferramentas – mais ou menos user friendly – para este trabalho, como por exemplo o Atlas.

Contudo, existe um problema!

Num mundo perfeito, quando existe uma revolução, tudo muda de forma repentina e irreversível, contudo, a realidade mostra-nos que a revolução que assistimos é muito silenciosa e até, por vezes, reversível. Nos dias de hoje, começamos a observar em diversos clientes uma proliferação de diversos tipos de redes na mesma unidade produtiva, por vezes até na mesma máquina. Esta situação levanta um novo desafio.

DIAGNOSTICAR DIFERENTES TIPOS DE REDES COM APENAS UMA FERRAMENTA

Sendo que existem ferramentas para análise de protocolos série, como o Profibus e o Modbus RTU, e ferramentas para análise de protocolos Ethernet como o Profinet ou o Modbus TCP, porque não haver uma só ferramenta para diagnosticar os dois tipos de redes?

A resolução deste novo desafio foi a génese do Mercury! O Mercury é a ferramenta de diagnóstico de protocolos de comunicação em ambiente industrial. Apesar do ainda curto tempo de vida deste dispositivo, é desde já possível perceber que facilmente se tornará “o canivete suíço” de análise de redes.

QUEM É O MERCURY?

O Mercury é a nova ferramenta desenvolvida pela Procentec que se propõe a ser a mais transversal e funcional em redes de comunicação em ambiente industrial.

Esta nova ferramenta corre num tablet resistente, com design intuitivo e apelativo, com um sistema operativo Windows 10. Através de diversos menus, de acesso simples e fácil, é possível fazer o diagnóstico de diversos tipos de protocolos, com especial enfoque em Profibus e Profinet.

Figura 1 - Osciloscópio para análise de redes Profibus
Figura 1 - Osciloscópio para análise de redes Profibus
Figura 2 - Topologia de rede Profinet
Figura 2 - Topologia de rede Profinet

O TABLET

O tablet que serve de suporte físico a esta ferramenta é produzido pela empresa Panasonic e tem as seguintes características:

–Fabricante: Panasonic

–Modelo: FZ-M1

–Tamanho do monitor: 7’’

–Processador: Intel Core m5

–Classificação: IP65

–Conetividade: Wifi / Bluetoooth / 4G

–Sistema operativo: Windows 10 Pro

Para mais informações, visite a página do fabricante clicando aqui.

A escolha de um tablet para suporte desta nova ferramenta de diagnóstico é vantajosa já que, graças à sua elevada portabilidade e à sua classificação de IP 65 (como tal resistente a água, pó e óleo) poderá facilitar o trabalho das equipes de manutenção. Neste vídeo, poderá ver uma review completa sobre o dispositivo.

Outro aspeto bastante interessante é o facto de existirem diversos fabricantes que produzem acessórios para este equipamento. Veja-se, por exemplo, os adaptadores de mão. Na Figura 3 e Figura 4 demonstra-se a utilização do acessório para adaptação à mão. Existem também outros acessórios disponíveis, como módulos de baterias extra, dock station para trabalho em secretária, etc. A sua câmara fotográfica também pode ser um aliado poderoso na altura de documentar algumas falhas em campo.

Para finalizar, conclui-se que o suporte físico escolhido para esta ferramenta é extremamente adequado devido à sua elevada portabilidade e resistência. Se passarmos demasiadas horas em salas de racks a diagnosticar redes Profibus através do Profitrace, poderá trazer algumas dores às nossas costas e braços. Este tablet acaba definitivamente com isso e facilita bastante o trabalho das equipes de manutenção.

MATARAM O PROFITRACE?

Para os que são fiéis ao velhinho e robusto Profitrace irá surgir esta questão: a resposta é NÃO. Sendo um tablet baseado em Windows, o Profitrace poderá ser instalado nesta máquina, funcionando sem problemas, contudo, os menus desenvolvidos nos anos 90 não são adaptados às novas plataformas de visualização, com écrans mais pequenos e dinâmicos.

Desta forma, e para descanso de muitas pessoas, o Profitrace poderá continuar a ser utilizado neste novo equipamento. Todas as ferramentas disponíveis, como o ScopeWave, Live List, ProfiCaptain, continuarão a correr normalmente. Porém, a sua usabilidade poderá, num monitor tão pequeno, ficar comprometida.

Mas então como é feito agora o diagnóstico de redes Profibus? Qual é a inovação? O tablet?

Figura 3 - Acessório para Tablet
Figura 3 - Acessório para Tablet
Figura 4 - Diagnosticar redes Profibus através deste tablet passa a ser mais fácil e ergonómico
Figura 4 - Diagnosticar redes Profibus através deste tablet passa a ser mais fácil e ergonómico

A inovação mais significativa é o desenvolvimento de uma plataforma de diagnóstico completamente nova. Todo o aspeto dos novos menus de diagnóstico será baseado nos menus de outra ferramenta, o Atlas. Estes novos menus, com um perfil muito mais atrativo e recente, melhoram drasticamente a experiência de utilização. Todos os menus são adaptados a uma utilização sem teclado e écrans mais reduzidos. De uma forma geral, a interface está muito bem conseguida e bastanteuser friendly.

Mas então, se todo o Profitrace está a ser “redesenhado” porquê manter o anterior instalado? À data da apresentação, foi transmitido aos agentes de mercado, numa fase inicial, que apenas os módulos de diagnóstico mais utilizados, como por exemplo o ScopeWave ou BarGraphic, seriam migrados para esta nova plataforma. Com o tempo e a aquisição de experiência de utilização dos clientes, o processo de migração continuaria. A nosso ver, parece-nos uma estratégia bastante acertada. Quantos de nós já utilizaram todas as ferramentas e funcionalidade dos Profitrace?

JÁ TENHO UM PROFICORE, TENHO QUE COMPRAR UM NOVO PARA UTILIZAR O MERCURY?

Não, nem pensar! Esta é uma excelente notícia, e uma estratégia muito boa. Graças a esta característica, os clientes que já tenham, no passado, comprado um Kit Profitrace, poderão comprar apenas a versão do Mercury (Tablet + software) sem o Proficore. Desta maneira, o preço será mais reduzido.

Neste sentido, este produto irá estar divido em vários kits. À semelhança do Profitrace, também o Mercury terá várias opções disponíveis. Poderá haver até clientes que desejem comprar apenas o novo software e instalar num outro tablet que já disponham. Esta opção também está comtemplada e poderá ser acionada pelo cliente.

MUITO SE FALOU SOBRE O TABLET E SOBRE O PROFITRACE, MAS ENTÃO NÃO É UMA FERRAMENTA DE DIAGNÓSTICO MULTIPROTOCOLO? NÃO É POSSÍVEL DIAGNOSTICAR, POR EXEMPLO, REDES PROFINET?

Sim, é possível. Se para diagnosticar redes Profibus é necessário utilizar uma das portas USB que este tablet disponibiliza para ligar ao Proficore, para diagnosticar redes que utilizem protocolos baseados em Ethernet, como por exemplo o Profinet, é utilizada a porta RJ45 que este tablet disponibiliza.

Para utilizadores que já utilizam o Atlas para diagnosticar as suas redes, não irão sentir qualquer alteração. Tal como já referi, toda a plataforma de diagnóstico do Mercury assenta, por completo, na plataforma já disponibilizada pelo Atlas.

Tal como é possível observar na Figura 2, Figura 5 e Figura 6, a filosofia de interface super limpa e user friendly continua presente. Diversas ferramentas de diagnóstico deste tipo de redes já se encontram disponíveis, tais como:

– Galaxy Topology (Descoberta automática da topologia de rede)

– Device List

– QI Factor

– Network Overview (Semáforo indicativo do estado da rede)

– Trending

– Commissioning Report Tool

Claro que todas as ferramentas têm a sua importância, contudo, uma nota para a última (Comissioning Report Tool). Ainda em fase final de desenvolvimento, esta ferramenta irá permitir comissionar uma nova rede seguindo todas recomendações emitidas pela PI. Desta forma, através desta ferramenta poderá garantir que uma rede cumpre, ou não, todas as boas práticas recomendadas pela PI.

É SEMPRE POSSÍVEL OBTER A TOPOLOGIA DA NOSSA REDE?

Infelizmente, não. Todas as ferramentas de diagnóstico desta ferramenta são baseadas nos protocolos SNMP e LLDP. Assim, se os dispositivos que integram a rede não tiverem ativos estes dois protocolos, não será possível obter qualquer informação.

A boa noticia é que nos dias de hoje, e nas redes que vemos diariamente instaladas nos nossos clientes, praticamente todos os fabricantes que produzem material certificado para utilização, por exemplo em redes Profinet, trazem, por defeito, estes dois protocolos instalados. Fazendo com que desta forma seja possível a utilização desta ferramenta de diagnóstico.

Se é um tablet baseado em Windows, posso instalar outros softwares?

Sim, é possível. Se, por exemplo, tiver na sua equipa de manutenção pessoal versado na utilização de outros softwares como o Wireshark para capturar mensagens trocadas numa rede Ethernet, poderá instalar neste tablet e complementar esta informação com a recolhida pelo Mercury.

Poderei utilizar este tablet para ligar aos meus variadores de frequência que já disponibilizam ligação Bluetooth?

Sim, claro. Estes tablets dispõem já deste tipo de ligação. Poderá desta maneira instalar no tablet o software do fabricante disponibilizado para o efeito.

Ok, e então o Pactware funciona aqui? Posso através deste tablet ligar-me aos meus dispositivos PA?

Sim. Sendo um tablet baseado em Windows, tal passa a ser possível. Poderá instalar o COMdtm do fabricante do seu modem para fazer esta ligação. Poderá, por exemplo, utilizar o seu Proficore ou COMbricks para este efeito.

Então e no que toca ao Hart?

Sim, poderá utilizar este tablet também para configurar dispositivos Hart. De momento, a Procentec não tem qualquer modem neste tipo de protocolo, contudo, poderá utilizar modem’s de outros fabricantes com este tablet. De novo, repetimos: sendo um tablet baseado em Windows está aberto a todas as funcionalidades.

VEREDICTO FINAL

Depois de algumas horas de utilização deste produto, embora em ambiente de escritório, consideramos que esta éa ferramenta de diagnósticonecessária a todas as equipes de manutenção. A interface e a experiência de utilização deste novo produto são muito adequadas e eficientes.

A ideia de criar uma ferramenta de diagnóstico única e de dar uma nova roupagem ao Profitrace é também muito assertiva. Outro ponto bastante positivo prende-se com a ideia de permitir que todos os clientes que já tenham adquirido um Proficore o possam continuar a utilizar nesta nova ferramenta.

Já em relação ao tablet escolhido, é uma escolha bastante acertada, já que se por um lado é pequeno o suficiente para caber em qualquer mala de ferramentas ou mochila de intervenção, por outro dispõe de um largo leque de opções de conetividade e ligação.

No cômputo geral, o Mercury corre o sério risco de se tornar o “Canivete Suíço”, ou neste caso, o “Canivete Holandês” de todas as equipes de manutenção. Para mais informações sobre esta ferramenta, consulte aqui a página do nosso produto.

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